sábado, 3 de abril de 2010

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR




LEITURA I Actos 10, 34a.37-43
«Comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos»

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias,
Pedro tomou a palavra e disse:
«Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia,
a começar pela Galileia,
depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré,
que passou fazendo o bem
e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio,
porque Deus estava com Ele.
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez
no país dos judeus e em Jerusalém;
e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz.
Deus ressuscitou-O ao terceiro dia
e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo,
mas às testemunhas de antemão designadas por Deus,
a nós que comemos e bebemos com Ele,
depois de ter ressuscitado dos mortos.
É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho:
quem acredita n’Ele
recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 117, 1-2.16ab-17.22-23
Refrão: Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
Ou: Aleluia.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.


LEITURA II Col 3, 1-4
«Aspirai às coisas do alto, onde está Cristo»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos:
Se ressuscitastes com Cristo,
aspirai às coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar,
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
Palavra do Senhor.


Ou 1 Cor 5, 6b-8
«Purificai-vos do velho fermento, para serdes uma nova massa»

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa?
Purificai-vos do velho fermento,
para serdes uma nova massa,
visto que sois pães ázimos.
Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado.
Celebremos a festa,
não com fermento velho nem com fermento de malícia,
mas com os pães ázimos da pureza e da verdade.
Palavra do Senhor.


SEQUÊNCIA
À Vítima pascal
ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor.
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
travaram um admirável combate:
Depois de morto,
vive e reina o Autor da vida.
Diz-nos, Maria:
Que viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo
e a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança:
precederá os seus discípulos na Galileia.
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso,
tende piedade de nós.


ALELUIA 1 Cor 5, 7b-8a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado:
celebremos a festa do Senhor. Refrão


EVANGELHO Jo 20, 1-9

«Ele tinha de ressuscitar dos mortos»

@ Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro
e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro
e com o discípulo predilecto de Jesus
e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro
e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo
e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos,
mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro,
e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.
Entrou no sepulcro
e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo
que chegara primeiro ao sepulcro:
viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,
segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Palavra da salvação.



Vigilia Pascal


LEITURA I Forma longa Gen 1, 1 -- 2, 2
«Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom»

Leitura do Livro do Génesis
No princípio, Deus criou o céu e a terra.
A terra estava deserta e vazia,
as trevas cobriam a superfície do abismo
e o espírito de Deus pairava sobre as águas.

Disse Deus: «Faça-se a luz». E a luz apareceu.
Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.
Deus chamou ‘dia’ à luz e ‘noite’ às trevas.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: era o primeiro dia.

Disse Deus: «Haja um firmamento no meio das águas,
para as manter separadas umas das outras».
Deus fez o firmamento
e separou as águas que estavam debaixo do firmamento
das águas que estavam por cima dele.
E ao firmamento chamou ‘céu’.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia.

Disse Deus: «Juntem-se as águas
que estão debaixo do firmamento
num só lugar
e apareça a terra seca».
E assim sucedeu.
À parte seca Deus chamou ‘terra’
e ‘mar’ ao conjunto das águas.
E Deus viu que isto era bom.

Disse Deus: «Cubra-se a terra de verdura:
ervas que dêem sementes
e árvores de fruto,
que produzam sobre a terra frutos com a sua semente,
segundo a própria espécie».
E assim sucedeu.
A terra produziu verdura:
erva que produz semente, segundo a sua espécie,
e árvores que dão frutos com a sua semente,
segundo a própria espécie.
Deus viu que isto era bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.

Disse Deus: «Haja luzeiros no firmamento do céu,
para distinguirem o dia da noite
e servirem de sinais para as festas, os dias e os anos,
para que brilhem no firmamento do céu
e iluminem a terra».
E assim sucedeu.
Deus fez dois grandes luzeiros:
o maior para presidir ao dia
e o menor para presidir à noite;
e fez também as estrelas.
Deus colocou-os no firmamento do céu
para iluminarem a terra,
para presidirem ao dia e à noite
e separarem a luz das trevas.
Deus viu que isto era bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.

Disse Deus: «Povoem as águas inúmeros seres vivos
e voem as aves na terra sob o firmamento do céu».
Deus criou os monstros marinhos
e todos os seres vivos que se movem nas águas,
segundo as suas espécies,
e todos os animais voadores, segundo as suas espécies.
Deus viu que isto era bom;
e abençoou-os, dizendo:
«Crescei e multiplicai-vos,
enchei as águas dos mares
e multipliquem-se as aves sobre a terra».
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia.

Disse Deus: «Produza a terra seres vivos,
segundo as suas espécies:
animais domésticos, répteis e animais selvagens,
segundo as suas espécies».
E assim sucedeu.
Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies,
os animais domésticos, segundo as suas espécies,
e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies.
Deus viu que isto era bom.

Disse Deus: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.
Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu,
sobre os animais domésticos, sobre os animais selvagens
e sobre todos os répteis que rastejam pela terra».
Deus criou o ser humano à sua imagem,
criou-o à imagem de Deus.
Ele o criou homem e mulher.
Deus abençoou-os, dizendo:
«Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra.
Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu
e sobre todos os animais que se movem na terra».
Disse Deus: «Dou-vos todas as plantas com semente
que existem em toda a superfície da terra,
assim como todas as árvores de fruto com semente,
para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu
e a todos os seres vivos que se movem na terra
dou as plantas verdes como alimento».
E assim sucedeu.
Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.

Assim se completaram o céu e a terra
e tudo o que eles contêm.
Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera
e, no sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Sal. 103, 1-2a, 5-6, 10 12, 13-14, 24, 35c
Refrão:Enviai, Senhor, o vosso espírito
e renovai a face da terra. Repete-se

Bendiz, ó minha alma, o Senhor:
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Revestido de esplendor e majestade,
envolvido em luz como num manto! Refrão

Fundastes a terra sobre alicerces firmes:
não oscilará por toda a eternidade.
Vós a cobristes com o manto do oceano,
por sobre os montes pousavam as águas. Refrão

Transformais as fontes em rios
que correm entre as montanhas.
Nas suas margens habitam as aves do céu;
por entre a folhagem fazem ouvir o seu canto. Refrão

Com a chuva regais os montes,
encheis a terra com o fruto das vossas obras.
Fazeis germinar a erva para o gado
e as plantas para o homem, que tira o pão da terra.
Refrão

Como são grandes as vossas obras!
Tudo fizestes com sabedoria:
a terra está cheia das vossas criaturas.
Glória a Deus para sempre! Refrão


LEITURA II Forma longa Gen 22, 1-18
«O sacrifício do nosso pai Abraão»

Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias,
Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o:
«Abraão!»
Ele respondeu: «Aqui estou».
Deus disse: «Toma o teu filho,
o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac,
e vai à terra de Moriá,
onde o oferecerás em holocausto,
num dos montes que Eu te indicar».
Abraão levantou-se de manhã cedo,
aparelhou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos
e o seu filho Isaac.
Cortou a lenha para o holocausto
e pôs-se a caminho do local que Deus lhe indicara.
Ao terceiro dia, Abraão ergueu os olhos e viu de longe o local.
Disse então aos servos: «Ficai aqui com o jumento.
Eu e o menino iremos além fazer adoração
e voltaremos para junto de vós».
Abraão apanhou a lenha do holocausto
e pô-la aos ombros do seu filho Isaac.
Depois, tomou nas mãos o fogo e o cutelo
e seguiram juntos o caminho.
Isaac disse a Abraão: «Meu pai».
Ele respondeu: «Que queres, meu filho?»
Isaac prosseguiu: «Temos aqui fogo e lenha;
mas onde está o cordeiro para o holocausto?»
Abraão respondeu:
«Deus providenciará o cordeiro para o holocausto, meu filho».
E continuaram juntos o caminho.
Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele,
atou seu filho Isaac e pô-lo sobre o altar, em cima da lenha.
Depois, estendendo a mão,
puxou do cutelo para degolar o filho.
Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu:
«Abraão, Abraão!»
«Aqui estou, Senhor», respondeu ele.
O Anjo prosseguiu:
«Não levantes a mão contra o menino,
não lhe faças mal algum.
Agora sei que na verdade temes a Deus,
uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu filho único».
Abraão ergueu os olhos
e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado.
Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho.
Abraão deu ao local este nome: «O Senhor providenciará».
E ainda hoje se diz: «Sobre a colina o Senhor providenciará».
O Anjo do Senhor chamou Abraão, do Céu, pela segunda vez,
e disse-lhe:
«Por Mim próprio te juro __ oráculo do Senhor __
já que assim procedeste,
e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único,
abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência
como as estrelas do céu e como a areia que está nas praias do mar,
e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz,
na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 15, 5 e 8.9-10.11
Refrão: Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.
Ou: Guardai-me, Senhor, porque esperei em Vós.

Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta,
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.

Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.


LEITURA III Ex 14, 15 __ 15, 1
«Os filhos de Israel penetraram no mar a pé enxuto»

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias,
disse o Senhor a Moisés:
«Porque estás a bradar por Mim?
Diz aos filhos de Israel que se ponham em marcha.
E tu ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o,
para que os filhos de Israel entrem nele a pé enxuto.
Entretanto, vou permitir que se endureça o coração dos egípcios,
que hão-de perseguir os filhos de Israel.
Manifestarei então a minha glória,
triunfando do Faraó,
de todo o seu exército, dos seus carros e dos seus cavaleiros.
Os egípcios reconhecerão que Eu sou o Senhor,
quando Eu manifestar a minha glória,
vencendo o Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros».
O Anjo de Deus, que seguia à frente do acampamento de Israel,
deslocou-se para a retaguarda.
A coluna de nuvem que os precedia
veio colocar-se atrás do acampamento
e postou-se entre o campo dos egípcios e o de Israel.
A nuvem era tenebrosa de um lado
e do outro iluminava a noite,
de modo que, durante a noite,
não se aproximaram uns dos outros.
Moisés estendeu a mão sobre o mar
e o Senhor fustigou o mar, durante a noite,
com um forte vento de leste.
O mar secou e as águas dividiram-se.
Os filhos de Israel penetraram no mar a pé enxuto,
enquanto as águas formavam muralha à direita e à esquerda.
Os egípcios foram atrás deles:
todos os cavalos do Faraó, os seus carros e cavaleiros
os seguiram pelo mar dentro.
Na vigília da manhã,
o Senhor olhou da coluna de fogo e da nuvem
para o acampamento dos egípcios
e lançou nele a confusão.
Bloqueou as rodas dos carros,
que só dificilmente conseguiam avançar.
Então os egípcios disseram:
«Fujamos dos israelitas,
que o Senhor combate por eles contra os egípcios».
O Senhor disse a Moisés:
«Estende a mão sobre o mar
e as águas precipitar-se-ão sobre os egípcios,
sobre os seus carros e os seus cavaleiros».
Moisés estendeu a mão sobre o mar
e, ao romper da manhã, o mar retomou o seu nível normal,
quando os egípcios fugiam na sua direcção.
E o Senhor precipitou-os no meio do mar.
As águas refluíram
e submergiram os carros, os cavaleiros e todo o exército do Faraó,
que tinham entrado no mar, atrás dos filhos de Israel.
Nem um só escapou.
Mas os filhos de Israel tinham andado pelo mar a pé enxuto,
enquanto as águas formavam muralha à direita e à esquerda.
Nesse dia, o Senhor salvou Israel das mãos dos egípcios
e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar.
Viu também o grande poder
que o Senhor exercera contra os egípcios,
e o povo temeu o Senhor,
acreditou n’Ele e em seu servo Moisés.
Então Moisés e os filhos de Israel
cantaram este hino em honra do Senhor:
«Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória,
precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Ex 15, 1-2.3-4.5-6.17-18
Refrão: Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
Ou: Deus fez maravilhas: o seu nome é Senhor.

Cantarei ao Senhor, que fez brilhar a sua glória:
precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro.
O Senhor é a minha força e a minha protecção:
a Ele devo a minha liberdade.

Ele é o meu Deus: eu O exalto;
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico.
O Senhor é um guerreiro, Omnipotente é o seu nome;
precipitou no mar os carros do Faraó e o seu exército.

Os seus melhores combatentes afogaram-se
no Mar Vermelho,
foram engolidos pelas ondas,
caíram como pedra no abismo.
A vossa mão direita, Senhor, revelou a sua força,
a vossa mão direita, Senhor, destroçou o inimigo.

Levareis o vosso povo e o plantareis na vossa montanha,
na morada segura que fizestes, Senhor,
no santuário que vossas mãos construíram.
O Senhor reinará pelos séculos dos séculos.


LEITURA IV Is 54, 5-14
«Na sua eterna misericórdia, o Senhor, teu Redentor, teve compaixão de ti»

Leitura do Livro de Isaías
O teu Criador, Jerusalém, será o teu Esposo
e o seu nome é ‘Senhor do Universo’.
O teu Redentor será o Santo de Israel,
que se chama ‘Deus de toda a terra’.
Como a mulher abandonada e de alma aflita,
o Senhor volta a chamar-te,
como esposa da juventude, repudiada,
diz o teu Deus.
Por um momento abandonei-te,
mas no meu grande amor volto a chamar-te.
Num acesso de ira, escondi de ti a minha face,
mas na minha misericórdia eterna tive compaixão de ti,
diz o Senhor, teu Redentor.
Comigo sucede como no tempo de Noé,
quando jurei que as águas do dilúvio
não mais invadiriam a terra.
Assim Eu juro não tornar a irritar-Me contra ti,
não voltar a ameaçar-te.
Ainda que sejam abaladas as montanhas
e vacilem as colinas,
a minha misericórdia não te abandonará,
a minha aliança de paz não vacilará,
diz o Senhor, compadecido de ti.
Pobre cidade, batida pela tempestade e desolada,
vou assentar as tuas pedras sobre jaspe
e os teus alicerces em safiras;
vou fazer-te ameias de rubis,
portas de cristal
e todas as tuas muralhas de pedras preciosas.
Todos os teus habitantes serão instruídos pelo Senhor
e gozarão de uma grande paz.
Serás fundada sobre a justiça,
longe da violência, porque nada terás a temer,
longe do pavor, porque não poderá atingir-te.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 29, 2 e 4.5-6.11 e 12a e 13b
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.

Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.

Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.


LEITURA V Is 55, 1-11
«Vinde a Mim e a vossa alma viverá.
Farei convosco uma aliança eterna»

Leitura do Livro de Isaías
Eis o que diz o Senhor:
«Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas.
Vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei.
Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa, vinho e leite.
Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta
e o vosso trabalho naquilo que não sacia?
Prestai-Me atenção e vinde a Mim;
escutai e a vossa alma viverá.
Firmarei convosco uma aliança eterna,
com as graças prometidas a David.
Fiz dele um testemunho para os povos,
um chefe e legislador das nações.
Chamarás povos que não conhecias;
nações que não te conheciam acorrerão a ti,
por causa do Senhor teu Deus,
do Santo de Israel que te glorificou.
Procurai o Senhor enquanto Se pode encontrar,
invocai-O enquanto está perto.
Deixe o ímpio o seu caminho
e o homem perverso os seus pensamentos.
Converta-se ao Senhor, que terá compaixão dele,
ao nosso Deus, que é generoso em perdoar.
Porque os meus pensamentos não são os vossos,
nem os vossos caminhos são os meus __ oráculo do Senhor.
Tanto quanto os céus estão acima da terra,
assim os meus caminhos estão acima dos vossos
e acima dos vossos estão os meus pensamentos.
E assim como a chuva e a neve que descem do céu
não voltam para lá sem terem regado a terra,
sem a haverem fecundado e feito produzir,
para que dê a semente ao semeador e o pão para comer,
assim a palavra que sai da minha boca
não volta sem ter produzido o seu efeito,
sem ter cumprido a minha vontade,
sem ter realizado a sua missão».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Is 12, 2-3.4bcd.5-6
Refrão: Ireis com alegria às fontes da salvação.
Ou: Das fontes da salvação, saciai-vos na alegria.

Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.

Tirareis água, com alegria, das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome,
Anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria e exultai, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.


LEITURA VI Bar 3, 9-15.32 __ 4, 4
«Caminha para o esplendor da luz do Senhor»

Leitura do Livro de Baruc
Escuta, Israel, os mandamentos da vida;
inclina os teus ouvidos para aprenderes a prudência.
Porque será, Israel, que te encontras em país inimigo
e envelheces em terra estrangeira?
Porque te contaminaste com os mortos,
foste contado entre os que descem ao sepulcro
e abandonaste a fonte da Sabedoria.
Se tivesses seguido o caminho de Deus,
viverias em paz eternamente.
Aprende onde está a prudência,
onde está a força e a inteligência,
para conheceres também
onde se encontra a longevidade e a vida,
onde está a luz dos olhos e a paz.
Quem descobriu a morada da Sabedoria?
Quem penetrou nos seus tesouros?
Aquele que tudo sabe conhece-a;
descobriu-a com a sua inteligência
Aquele que firmou a terra para sempre,
enchendo-a de animais quadrúpedes,
Aquele que envia a luz e ela vai,
que a chama e ela obedece-Lhe tremendo.
As estrelas brilham vigilantes nos seus postos
cheias de alegria;
Ele chama por elas e respondem: «Aqui estamos»
e resplandecem alegremente para Aquele que as criou.
Este é o nosso Deus, e nenhum outro se Lhe pode comparar.
Penetrou todos os caminhos da Sabedoria
e mostrou-os a Jacob seu servo, a Israel seu predilecto.
Depois, ela apareceu sobre a terra
e habitou no meio dos homens.
Ela é o livro dos mandamentos de Deus
e a lei que permanece eternamente.
Os que a seguirem alcançarão a vida,
mas aqueles que a abandonarem morrerão.
Volta, Jacob e abraça-a,
caminha para o esplendor da sua luz.
Não cedas a outros a tua glória,
nem os teus privilégios a uma nação estrangeira.
Felizes de nós, Israel,
porque nos foi revelado o que agrada a Deus.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 18, 8.9.10.11
Refrão: Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna.

A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.

Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.

O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.

São mais preciosos que o ouro,
o ouro mais fino;
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos.


LEITURA VII Ez 36, 16-17a.18-28
«Derramarei sobre vós água pura e dar-vos-ei um coração novo»

Leitura da Profecia de Ezequiel
A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
«Filho do homem,
quando os da casa de Israel habitavam na sua terra,
mancharam-na com o seu proceder e as suas obras.
Fiz-lhes então sentir a minha indignação,
por causa do sangue que haviam derramado no país
e dos ídolos com que o tinham profanado.
Dispersei-os entre as nações,
espalhei-os entre os outros povos;
julguei-os segundo o seu proceder e as suas obras.
Em todas as nações para onde foram,
profanaram o meu santo nome; e por isso se dizia deles:
‘São o povo do Senhor: tiveram de deixar a sua terra’.
Quis então salvar a honra do meu santo nome,
que a casa de Israel profanara entre as nações para onde tinha ido.
Por isso, diz à casa de Israel: Assim fala o Senhor Deus:
Não faço isto por causa de vós, israelitas,
mas por causa do meu santo nome,
que profanastes entre as nações para onde fostes.
E as nações reconhecerão que Eu sou o Senhor
__ oráculo do Senhor Deus __
quando a seus olhos Eu manifestar a minha santidade,
a vosso respeito.
Então retirar-vos-ei de entre as nações,
reunir-vos-ei de todos os países,
para vos restabelecer na vossa terra.
Derramarei sobre vós água pura
e ficareis limpos de todas as imundícies;
e purificar-vos-ei de todos os falsos deuses.
Dar-vos-ei um coração novo
e infundirei em vós um espírito novo.
Arrancarei do vosso peito o coração de pedra
e dar-vos-ei um coração de carne.
Infundirei em vós o meu espírito
e farei que vivais segundo os meus preceitos,
que observeis e ponhais em prática as minhas leis.
Habitareis na terra que dei a vossos pais;
sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 41, 2-5.5; 42, 3-4
Refrão: Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Ou: Como o veado em busca das águas,
assim, ó Deus, a minha alma Vos deseja.

Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
Quando irei contemplar a face de Deus?

A minha alma estremece ao recordar
quando passava em cortejo para o templo do Senhor,
entre as vozes de louvor e de alegria
da multidão em festa.

Enviai a vossa luz e verdade,
sejam elas o meu guia e me conduzam
à vossa montanha santa
e ao vosso santuário.

E eu irei ao altar de Deus,
a Deus que é a minha alegria.
Ao som da cítara Vos louvarei,
Senhor, meu Deus




EPÍSTOLA Rom 6, 3-11
«Cristo, ressuscitado dos mortos, já não pode morrer»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Todos nós que fomos baptizados em Jesus Cristo
fomos baptizados na sua morte.
Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte,
para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos,
para glória do Pai,
também nós vivamos uma vida nova.
Se, na verdade, estamos totalmente unidos a Cristo
por morte semelhante à sua,
também o estaremos pela sua ressurreição.
Bem sabemos que o nosso homem velho
foi crucificado com Cristo,
para que fosse destruído o corpo do pecado
e não mais fôssemos escravos dele.
Quem morreu, está livre do pecado.
Se morremos com Cristo,
acreditamos que também com Ele viveremos,
sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos,
Cristo já não pode morrer;
a morte já não tem domínio sobre Ele.
Porque na morte que sofreu,
Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre;
mas a sua vida é uma vida para Deus.
Assim vós também,
considerai-vos mortos para o pecado
e vivos para Deus, em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor.


Aclamação ao EVANGELHO Salmo 117, 1-2.16ab-17.22-23
Refrão: Aleluia. Aleluia. Aleluia.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.


EVANGELHO Mt 28, 1-10
«Ressuscitou e vai adiante de vós para a Galileia»

@ Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois do sábado, ao raiar do primeiro dia da semana,
Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro.
De repente, houve um grande terramoto:
o Anjo do Senhor desceu do Céu
e, aproximando-se, removeu a pedra do sepulcro
e sentou-se sobre ela.
O seu aspecto era como um relâmpago
e a sua túnica branca como a neve.
Os guardas começaram a tremer de medo
e ficaram como mortos.
O Anjo tomou a palavra e disse às mulheres:
«Não tenhais medo; sei que procurais Jesus, o Crucificado.
Não está aqui: ressuscitou, como tinha dito.
Vinde ver o lugar onde jazia.
E ide depressa dizer aos discípulos:
Ele ressuscitou dos mortos
e vai adiante de vós para a Galileia.
Lá O vereis’.
Era o que tinha para vos dizer».
As mulheres afastaram-se rapidamente do sepulcro,
cheias de temor e grande alegria,
e correram a levar a notícia aos discípulos.
Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as.
Elas aproximaram-se,
abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele.
Disse-lhes então Jesus:
«Não temais.
Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia.
Lá Me verão».
Palavra da salvação.

quarta-feira, 31 de março de 2010


PAIXÃO E MORTE DO SENHOR

LEITURA I Is 52, 13 – 53, 12

Leitura do Livro de Isaías
Vede como vai prosperar o meu servo:
subirá, elevar-se-á, será exaltado.
Assim como, à sua vista, muitos se encheram de espanto
– tão desfigurado estava o seu rosto
que tinha perdido toda a aparência de um ser humano –
assim se hão-de encher de assombro muitas nações e,
diante dele, os reis ficarão calados,
porque hão-de ver o que nunca lhes tinham contado
e observar o que nunca tinham ouvido.
Quem acreditou no que ouvimos dizer?
A quem se revelou o braço do Senhor?
O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento,
como raiz numa terra árida,
sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar,
nem aspecto agradável que possa cativar-nos.
Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores,
acostumado ao sofrimento, era como aquele de quem se desvia o rosto,
pessoa desprezível e sem valor para nós.
Ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores.
Mas nós víamos nele um homem castigado, ferido por Deus e humilhado.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Caiu sobre ele o castigo que nos salva: pelas suas chagas fomos curados.
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes,
cada qual seguia o seu caminho.
E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós.
Maltratado, humilhou-se voluntariamente e não abriu a boca.
Como cordeiro levado ao matadouro,
como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca.
Foi eliminado por sentença iníqua, mas quem se preocupa com a sua sorte?
Foi arrancado da terra dos vivos e ferido de morte pelos pecados do seu povo.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e um túmulo no meio de malfeitores,
embora não tivesse cometido injustiça,
nem se tivesse encontrado mentira na sua boca.
Aprouve ao Senhor esmagar o seu servo pelo sofrimento.
Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação,
terá uma descendência duradoira,
viverá longos dias e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.
Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado na sua sabedoria.
O justo, meu servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades.
Por isso, Eu lhe darei as multidões como prémio
e terá parte nos despojos no meio dos poderosos;
porque ele próprio entregou a sua vida à morte
e foi contado entre os malfeitores,
tomou sobre si as culpas das multidões e intercedeu pelos pecadores.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 30, 2.6.12-13.15-16.17.25
Refrão: Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito. Repete-se

Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me. Refrão

Tornei-me o escárnio dos meus inimigos,
o desprezo dos meus vizinhos
e o terror dos meus conhecidos:
todos evitam passar por mim.
Esqueceram-me como se fosse um morto,
tornei-me como um objecto abandonado. Refrão

Eu, porém, confio no Senhor:
Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem. Refrão

Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.
Tende coragem e animai-vos,
vós todos que esperais no Senhor. Refrão


LEITURA II Hebr 4, 14-16; 5, 7-9

Leitura da Epístola aos Hebreus
Irmãos:
Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus,
Jesus, Filho de Deus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé.
Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote
incapaz de Se compadecer das nossas fraquezas.
Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo,
à nossa semelhança, excepto no pecado.
Vamos, portanto, cheios de confiança, ao trono da graça,
a fim de alcançarmos misericórdia
e obtermos a graça de um auxílio oportuno.
Nos dias da sua vida mortal, Ele dirigiu preces e súplicas,
com grandes clamores e lágrimas,
Àquele que O podia livrar da morte,
e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento.
E, tendo atingido a sua plenitude,
tornou-Se, para todos os que Lhe obedecem,
causa de salvação eterna.
Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Filip 2, 8-9
Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo.
Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome
que está acima de todos os nomes. Refrão


EVANGELHO Jo 18, 1 __ 19, 42

N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São João
Naquele tempo,
Jesus saiu com os seus discípulos
para o outro lado da torrente do Cedron.
Havia lá um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos.
Judas, que O ia entregar, conhecia também o local,
porque Jesus Se reunira lá muitas vezes
com os discípulos.
Tomando consigo uma companhia de soldados
e alguns guardas,
enviados pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus,
Judas chegou ali, com archotes, lanternas e armas.
Sabendo Jesus tudo o que Lhe ia acontecer,
adiantou-Se e perguntou-lhes:
J «A quem buscais?».
N Eles responderam-Lhe:
R «A Jesus, o Nazareno».
N Jesus disse-lhes:
J «Sou Eu».
N Judas, que O ia entregar, também estava com eles.
Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu»,
recuaram e caíram por terra.
Jesus perguntou-lhes novamente:
J «A quem buscais?».
N Eles responderam:
R «A Jesus, o Nazareno».
N Disse-lhes Jesus:
J «Já vos disse que sou Eu.
Por isso, se é a Mim que buscais,
deixai que estes se retirem».
N Assim se cumpriam as palavras que Ele tinha dito:
«Daqueles que Me deste, não perdi nenhum».
Então, Simão Pedro, que tinha uma espada,
desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
O servo chamava-se Malco. Mas Jesus disse a Pedro:
J «Mete a tua espada na bainha.
Não hei-de beber o cálice que meu Pai Me deu?».
N Então, a companhia de soldados,
o oficial e os guardas dos judeus
apoderaram-se de Jesus e manietaram-n’O.
Levaram-n’O primeiro a Anás,
por ser sogro de Caifás,
que era o sumo sacerdote nesse ano.
Caifás é que tinha dado o seguinte conselho aos judeus:
«Convém que morra um só homem pelo povo».
Entretanto, Simão Pedro seguia Jesus
com outro discípulo.
Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote
e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote,
enquanto Pedro ficava à porta, do lado de fora.
Então o outro discípulo, conhecido do sumo sacerdote,
falou à porteira e levou Pedro para dentro.
A porteira disse a Pedro:
R «Tu não és dos discípulos desse homem?».
N Ele respondeu:
R «Não sou».
N Estavam ali presentes os servos e os guardas,
que, por causa do frio, tinham acendido um braseiro
e se aqueciam.
Pedro também se encontrava com eles a aquecer-se.
Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus
acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus respondeu-lhe:
J «Falei abertamente ao mundo.
Sempre ensinei na sinagoga e no templo,
onde todos os judeus se reúnem,
e não disse nada em segredo.
Porque Me interrogas?
Pergunta aos que Me ouviram o que lhes disse:
eles bem sabem aquilo de que lhes falei».
N A estas palavras, um dos guardas que estava ali presente
deu uma bofetada a Jesus e disse-Lhe:
R «É assim que respondes ao sumo sacerdote?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Se falei mal, mostra-Me em quê.
Mas, se falei bem, porque Me bates?».
N Então Anás mandou Jesus manietado
ao sumo sacerdote Caifás.
Simão Pedro continuava ali a aquecer-se.
Disseram-lhe então:
R «Tu não és também um dos seus discípulos?».
N Ele negou, dizendo:
R «Não sou».
N Replicou um dos servos do sumo sacerdote,
parente daquele a quem Pedro cortara a orelha:
R «Então eu não te vi com Ele no jardim?».
N Pedro negou novamente,
e logo um galo cantou.
Depois, levaram Jesus da residência de Caifás ao Pretório.
Era de manhã cedo. Eles não entraram no pretório, para
não se contaminarem e assim poderem comer a Páscoa.
Pilatos veio cá fora ter com eles e perguntou-lhes:
R «Que acusação trazeis contra este homem?».
N Eles responderam-lhe:
R «Se não fosse malfeitor, não t’O entregávamos».
N Disse-lhes Pilatos:
R «Tomai-O vós próprios, e julgai-O segundo a vossa lei».
N Os judeus responderam:
R «Não nos é permitido dar a morte a ninguém».
N Assim se cumpriam as palavras que Jesus tinha dito,
ao indicar de que morte ia morrer.
Entretanto, Pilatos entrou novamente no pretório,
chamou Jesus e perguntou-Lhe:
R «Tu és o Rei dos judeus?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «É por ti que o dizes,
ou foram outros que to disseram de Mim?».
N Disse-Lhe Pilatos:
R «Porventura sou eu judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes
é que Te entregaram a Mim.
Que fizeste?».
N Jesus respondeu:
J «O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que Eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui».
N Disse-Lhe Pilatos:
R «Então, Tu és Rei?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «É como dizes: sou Rei.
Para isso nasci e vim ao mundo,
a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».
N Disse-Lhe Pilatos:
R «Que é a verdade?».
N Dito isto, saiu novamente para fora e declarou aos judeus:
R «Não encontro neste homem culpa nenhuma.
Mas vós estais habituados
a que eu vos solte alguém pela Páscoa.
Quereis que vos solte o Rei dos judeus?».
N Eles gritaram de novo:
R «Esse não. Antes Barrabás».
N Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou que levassem Jesus
e O açoitassem.
Os soldados teceram uma coroa de espinhos,
colocaram-Lha na cabeça
e envolveram Jesus num manto de púrpura.
Depois aproximavam-se d’Ele e diziam:
R «Salve, Rei dos judeus».
N E davam-Lhe bofetadas.
Pilatos saiu novamente para fora e disse:
R «Eu vo-l’O trago aqui fora,
para saberdes que não encontro n’Ele culpa nenhuma».
N Jesus saiu,
trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura.
Pilatos disse-lhes:
R «Eis o homem».
N Quando viram Jesus,
os príncipes dos sacerdotes e os guardas gritaram:
R «Crucifica-O! Crucifica-O!».
N Disse-lhes Pilatos:
R «Tomai-O vós mesmos e crucificai-O,
que eu não encontro n’Ele culpa alguma».
N Responderam-lhe os judeus:
R «Nós temos uma lei
e, segundo a nossa lei, deve morrer,
porque Se fez Filho de Deus».
N Quando Pilatos ouviu estas palavras, ficou assustado.
Voltou a entrar no pretório e perguntou a Jesus:
R «Donde és Tu?».
N Mas Jesus não lhe deu resposta.
Disse-Lhe então Pilatos:
R «Não me falas? Não sabes que tenho poder
para Te soltar e para Te crucificar?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Nenhum poder terias sobre Mim,
se não te fosse dado do alto.
Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado».
N A partir de então, Pilatos procurava libertar Jesus.
Mas os judeus gritavam:
R «Se O libertares, não és amigo de César:
todo aquele que se faz rei é contra César».
N Ao ouvir estas palavras,
Pilatos trouxe Jesus para fora
e sentou-se no tribunal,
no lugar chamado «Lagedo», em hebraico «Gabatá».
Era a Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia.
Disse então aos judeus:
R «Eis o vosso Rei!».
N Mas eles gritaram:
R «À morte, à morte! Crucifica-O!».
N Disse-lhes Pilatos:
R «Hei-de crucificar o vosso Rei?».
N Replicaram-lhe os príncipes dos sacerdotes:
R «Não temos outro rei senão César».
N Entregou-lhes então Jesus, para ser crucificado.
E eles apoderaram-se de Jesus.
Levando a cruz,
Jesus saiu para o chamado Lugar do Calvário,
que em hebraico se diz Gólgota.
Ali O crucificaram, e com Ele mais dois:
um de cada lado e Jesus no meio.
Pilatos escreveu ainda um letreiro
e colocou-o no alto da cruz; nele estava escrito:
«Jesus, o Nazareno, Rei dos judeus».
Muitos judeus leram esse letreiro,
porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado
era perto da cidade.
Estava escrito em hebraico, grego e latim.
Diziam então a Pilatos
os príncipes dos sacerdotes dos judeus:
R «Não escrevas: ‘Rei dos judeus’,
mas que Ele afirmou: ‘Eu sou o Rei dos judeus’».
N Pilatos retorquiu:
R «O que escrevi está escrito».
N Quando crucificaram Jesus,
os soldados tomaram as suas vestes,
das quais fizeram quatro lotes, um para cada soldado,
e ficaram também com a túnica.
A túnica não tinha costura:
era tecida de alto a baixo como um todo.
Disseram uns aos outros:
R «Não a rasguemos, mas lancemos sortes,
para ver de quem será».
N Assim se cumpria a Escritura:
«Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica».
Foi o que fizeram os soldados.
Estavam junto à cruz de Jesus
sua Mãe, a irmã de sua Mãe,
Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto,
Jesus disse a sua Mãe:
J «Mulher, eis o teu filho».
N Depois disse ao discípulo:
J «Eis a tua Mãe».
N E a partir daquela hora,
o discípulo recebeu-a em sua casa.
Depois, sabendo que tudo estava consumado
e para que se cumprisse a Escritura,
Jesus disse:
J «Tenho sede».
N Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre
e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
J «Tudo está consumado».
N E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação, e para que os corpos
não ficassem na cruz durante o sábado,
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados
trespassou-Lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho
e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:
«Nenhum osso Lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».
Depois disto, José de Arimateia,
que era discípulo de Jesus,
embora oculto por medo dos judeus,
pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus.
Pilatos permitiu-lho.
José veio então tirar o corpo de Jesus.
Veio também Nicodemos,
aquele que, antes, tinha ido de noite ao encontro de Jesus.
Trazia uma mistura de quase cem libras de mirra e aloés.
Tomaram o corpo de Jesus
e envolveram-no em ligaduras juntamente com os perfumes,
como é costume sepultar entre os judeus.
No local em que Jesus tinha sido crucificado,
havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo,
no qual ainda ninguém fora sepultado.
Foi aí que, por causa da Preparação dos judeus,
porque o sepulcro ficava perto,
depositaram Jesus.
Palavra da salvação.

Instituição da Eucaristia e Lava Pés


LEITURA I Ex 12, 1-8.11-14

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias,
o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o princípio dos meses;
fareis dele o primeiro mês do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe:
No dia dez deste mês, procure cada qual um cordeiro por família,
uma rês por cada casa.
Se a família for pequena demais para comer um cordeiro,
junte-se ao vizinho mais próximo, segundo o número de pessoas,
tendo em conta o que cada um pode comer.
Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade.
Podeis escolher um cordeiro ou um cabrito.
Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês.
Então, toda a assembleia da comunidade de Israel
o imolará ao cair da tarde.
Recolherão depois o seu sangue,
que será espalhado nos dois umbrais e
na padieira da porta das casas em que o comerem.
E comerão a carne nessa mesma noite;
comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.
Quando o comerdes, tereis os rins cingidos,
sandálias nos pés e cajado na mão.
Comereis a toda a pressa: é a Páscoa do Senhor.
Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egipto
e hei-de ferir de morte, na terra do Egipto,
todos os primogénitos, desde os homens até aos animais.
Assim exercerei a minha justiça
contra os deuses do Egipto, Eu, o Senhor.
O sangue será para vós um sinal,
nas casas em que estiverdes: ao ver o sangue, passarei adiante
e não sereis atingidos pelo flagelo exterminador,
quando Eu ferir a terra do Egipto.
Esse dia será para vós uma data memorável,
que haveis de celebrar com uma festa em honra do Senhor.
Festejá-lo-eis de geração em geração,
como instituição perpétua».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 115, 12-13.15-16bc.17-18

Refrão: O cálice de bênção
é comunhão do Sangue de Cristo.

Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.

É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.

Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo.


LEITURA II 1 Cor 11, 23-26

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti:
o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue,
tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse:
«Isto é o meu Corpo, entregue por vós.
Fazei isto em memória de Mim».
Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse:
«Este cálice é a nova aliança no meu Sangue.
Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim».
Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão
e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor,
até que Ele venha.
Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 13, 34
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai.
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.


EVANGELHO Jo 13, 1-15
«Amou-os até ao fim»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Antes da festa da Páscoa,
sabendo Jesus que chegara a sua hora
de passar deste mundo para o Pai, Ele,
que amara os seus que estavam no mundo,
amou-os até ao fim.
No decorrer da ceia,
tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes,
filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus,
sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade,
sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava,
levantou-Se da mesa, tirou o manto
e tomou uma toalha, que pôs à cintura.
Depois, deitou água numa bacia
e começou a lavar os pés aos discípulos
e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura.
Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe:
«Senhor, Tu vais lavar-me os pés?».
Jesus respondeu:
«O que estou a fazer, não o podes entender agora,
mas compreendê-lo-ás mais tarde».
Pedro insistiu:
«Nunca consentirei que me laves os pés».
Jesus respondeu-lhe:
«Se não tos lavar, não terás parte comigo».
Simão Pedro replicou:
«Senhor, então não somente os pés,
mas também as mãos e a cabeça».
Jesus respondeu-lhe:
«Aquele que já tomou banho está limpo
e não precisa de lavar senão os pés.
Vós estais limpos, mas não todos».
Jesus bem sabia quem O havia de entregar.
Foi por isso que acrescentou:
«Nem todos estais limpos».
Depois de lhes lavar os pés,
Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa.
Então disse-lhes:
«Compreendeis o que vos fiz?
Vós chamais-Me Mestre e Senhor,
e dizeis bem, porque o sou.
Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés,
também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Dei-vos o exemplo, para que,
assim como Eu fiz, vós façais também».
Palavra da salvação.

terça-feira, 23 de março de 2010

Procissão do Senhor dos Passos Domingo de Ramos dia 20 de Março de 2016 pelas 16:oo horas Saindo da Igreja da Imaculada Conceição Largo do Arraial



Domingo de Ramos 28 de Março de 2010

Procissão de Ramos


EVANGELHO Lc 19, 28-40
«Bendito o que vem em nome do Senhor»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus seguia à frente dos seus discípulos,
subindo para Jerusalém.
Quando Se aproximou de Betfagé e de Betânia,
perto do Monte das Oliveiras,
enviou dois discípulos e disse-lhes:
«Ide à povoação que está em frente
e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso,
que ainda ninguém montou.
Soltai-o e trazei-o.
Se alguém perguntar porque o soltais, respondereis:
‘O Senhor precisa dele’».
Os enviados partiram
e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito.
Quando estavam a soltar o jumentinho,
os donos perguntaram:
«Porque soltais o jumentinho?»
Eles responderam: «O Senhor precisa dele».
Então levaram-no a Jesus
e, lançando as capas sobre o jumentinho,
fizeram montar Jesus.
Enquanto Jesus caminhava,
o povo estendia as suas capas no caminho.
Estando já próximo da descida do Monte das Oliveiras,
toda a multidão dos discípulos
começou a louvar alegremente a Deus em alta voz
por todos os milagres que tinham visto, dizendo:
«Bendito o Rei que vem em nome do Senhor.
Paz no Céu e glória nas alturas!».
Alguns fariseus disseram a Jesus, do meio da multidão:
«Mestre, repreende os teus discípulos».
Mas Jesus respondeu:
«Eu vos digo: se eles se calarem, clamarão as pedras».
Palavra da salvação.


EUCARISTIA


LEITURA I Is 50, 4-7
«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei desiludido»

Leitura do Livro de Isaías
O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo,
para que eu saiba dizer uma palavra de alento
aos que andam abatidos.
Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos,
para eu escutar, como escutam os discípulos.
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos
e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam
e a face aos que me arrancavam a barba;
não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio,
e por isso não fiquei envergonhado;
tornei o meu rosto duro como pedra,
e sei que não ficarei desiludido.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 21, 8-9.17-18a.19-20.23-24
Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Todos os que me vêem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é seu amigo».

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.


LEITURA II Filip 2, 6-11
«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Cristo Jesus, que era de condição divina,
não Se valeu da sua igualdade com Deus,
mas aniquilou-Se a Si próprio.
Assumindo a condição de servo,
tornou-Se semelhante aos homens.
Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais,
obedecendo até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem
no céu, na terra e nos abismos,
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Filip 2, 8-9
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da Eterna Glória
Cristo obedeceu até à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes. Refrão


EVANGELHO Lc 22, 14 __ 23, 56
Narração da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Quando chegou a hora,
Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos
e disse-lhes:
J «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa,
antes de padecer;
pois digo-vos que não tornarei a comê-la,
até que se realize plenamente no reino de Deus».
N Então, tomando um cálice, deu graças e disse:
J «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira,
até que venha o reino de Deus».
N Depois tomou o pão e, dando graças,
partiu-o e deu-lho, dizendo:
J «Isto é o meu corpo entregue por vós.
Fazei isto em memória de Mim».
N No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:
J «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue,
derramado por vós.
Entretanto, está comigo à mesa
a mão daquele que Me vai entregar.
O Filho do homem vai partir, como está determinado.
Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!»
N Começaram então a perguntar uns aos outros
qual deles iria fazer semelhante coisa.
Levantou-se também entre eles uma questão:
qual deles se devia considerar o maior?
Disse-lhes Jesus:
J «Os reis das nações exercem domínio sobre elas
e os que têm sobre elas autoridade são chamados benfeitores.
Vós não deveis proceder desse modo.
O maior entre vós seja como o menor
e aquele que manda seja como quem serve.
Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve?
Não é o que está à mesa?
Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações.
E Eu preparo para vós um reino,
como meu Pai o preparou para Mim:
comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino,
e sentar-vos-eis em tronos,
a julgar as doze tribos de Israel.
Simão, Simão, Satanás vos reclamou
para vos agitar na joeira como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.
E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».
N Pedro respondeu-Lhe:
R «Senhor, eu estou pronto a ir contigo,
até para a prisão e para a morte».
N Disse-lhe Jesus:
J «Eu te digo, Pedro: não cantará hoje o galo,
sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me».
N Depois acrescentou:
J «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias,
faltou-vos alguma coisa?».
N Eles responderam que não lhes faltara nada.
Disse-lhes Jesus:
J «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela,
bem como no alforge;
e quem não tiver espada venda a capa e compre uma.
Porque Eu vos digo
que se deve cumprir em Mim o que está escrito:
‘Foi contado entre os malfeitores’.
Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim».
N Eles disseram:
R «Senhor, estão aqui duas espadas».
N Mas Jesus respondeu:
J «Basta».
N Então saiu
e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras
e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando chegou ao local, disse-lhes:
J «Orai, para não entrardes em tentação».
N Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra
e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo:
J «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice.
Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua».
N Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar.
Entrando em angústia, orava mais instantemente
e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue,
que caíam na terra.
Depois de ter orado,
levantou-Se e foi ter com os discípulos,
que encontrou a dormir, por causa da tristeza.
Disse-lhes Jesus:
J «Porque estais a dormir?
Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação».
N Ainda Ele estava a falar,
quando apareceu uma multidão de gente.
O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente
e aproximou-se de Jesus, para O beijar.
Disse-lhe Jesus:
J «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?».
N Ao verem o que ia suceder,
os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe:
R «Senhor, vamos feri-los à espada?»
N E um deles feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus interveio, dizendo:
J «Basta! Deixai-os».
N E, tocando na orelha do homem, curou-o.
Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro,
príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos:
J «Vós saístes com espadas e varapaus,
como se viésseis ao encontro dum salteador.
Eu estava todos os dias convosco no templo
e não Me deitastes as mãos.
Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.
N Apoderaram-se então de Jesus,
levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote.
Pedro seguia-os de longe.
Acenderam uma fogueira no meio do pátio,
sentaram-se em volta dela
e Pedro foi sentar-se no meio deles.
Ao vê-lo sentado ao lume,
uma criada, fitando os olhos nele, disse:
R «Este homem também andava com Jesus»
N Mas Pedro negou:
R «Não O conheço, mulher».
N Pouco depois, disse outro, ao vê-lo:
R «Tu também és um deles».
N Mas Pedro disse:
R «Homem, não sou».
N Passada mais ou menos uma hora,
afirmava outro com insistência:
R «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus,
pois até é galileu».
N Pedro respondeu:
R «Homem, não sei o que dizes».
N Nesse instante ainda ele falava um galo cantou.
O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro.
Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor,
quando lhe disse:
‘Antes do galo cantar, Me negarás três vezes’.
E, saindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os homens que guardavam Jesus
troçavam d’Ele e maltratavam-n’O.
Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe:
R «Adivinha, profeta: Quem Te bateu?»
N E dirigiam-Lhe muitos outros insultos.
Ao romper do dia,
reuniu-se o conselho dos anciãos do povo,
os príncipes dos sacerdotes e os escribas.
Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe:
R «Diz-nos se Tu és o Messias».
N Jesus respondeu-lhes:
J «Se Eu vos disser, não acreditareis
e, se fizer alguma pergunta, não respondereis.
Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante
à direita do poder de Deus».
N Disseram todos:
R «Tu és então o Filho de Deus?»
N Jesus respondeu-lhes:
J «Vós mesmos dizeis que Eu sou».
N Então exclamaram:
R «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Nós próprios o ouvimos da sua boca».
N Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos.
Começaram a acusá-l’O, dizendo:
R «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,
a impedir que se pagasse o tributo a César
e dizendo ser o Messias-Rei».
N Pilatos perguntou-Lhe:
R «Tu és o Rei dos judeus?»
N Jesus respondeu-lhe:
J «Tu o dizes».
N Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:
R «Não encontro nada de culpável neste homem».
N Mas eles insistiam:
R «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,
desde a Galileia, onde começou, até aqui».
N Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,
enviou-O a Herodes,
que também estava nesses dias em Jerusalém.
Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.
Havia bastante tempo que O queria ver,
pelo que ouvia dizer d’Ele,
e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam
acusavam-n’O com insistência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo
e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico
e remeteu-O a Pilatos.
Herodes e Pilatos, que eram inimigos,
ficaram amigos nesse dia.
Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,
os chefes e o povo, e disse-lhes:
R «Trouxestes este homem à minha presença
como agitador do povo.
Interroguei-O diante de vós
e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.
Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.
Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.
Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso
por ocasião da festa.
E todos se puseram a gritar:
R «Mata Esse e solta-nos Barrabás».
N Barrabás tinha sido metido na cadeia
por causa de uma insurreição desencadeada na cidade
e por assassínio.
De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra,
querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam:
R «Crucifica-O! Crucifica-O!»
N Pilatos falou-lhes pela terceira vez:
R «Mas que mal fez este homem?
Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.
Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Mas eles continuavam a gritar,
pedindo que fosse crucificado,
e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:
soltou aquele que fora metido na cadeia
por insurreição e assassínio,
como eles reclamavam,
e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando O conduziam,
lançaram mão de um certo Simão de Cirene,
que vinha do campo,
e puseram-lhe a cruz às costas,
para a levar atrás de Jesus.
Seguia-O grande multidão de povo
e mulheres que batiam no peito
e se lamentavam, chorando por Ele.
Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:
J «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;
chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois dias virão em que se dirá:
‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram
e os peitos que não amamentaram’.
Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;
e às colinas: ‘Cobri-nos’.
Porque, se tratam assim a madeira verde,
que acontecerá à seca?».
N Levavam ainda dois malfeitores
para serem executados com Jesus.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,
crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,
um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia:
J «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
N Depois deitaram sortes,
para repartirem entre si as vestes de Jesus.
O povo permanecia ali a observar.
Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:
R «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,
se é o Messias de Deus, o Eleito».
N Também os soldados troçavam d’Ele;
aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:
R «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo».
N Por cima d’Ele havia um letreiro:
«Este é o Rei dos judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados
insultava-O, dizendo:
R «Não és Tu o Messias?
Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
N Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:
R «Não temes a Deus,
tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça,
pois recebemos o castigo das nossas más acções.
Mas Ele nada praticou de condenável».
N E acrescentou:
R «Jesus, lembra-Te de mim,
quando vieres com a tua realeza».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
N Era já quase meio-dia,
quando as trevas cobriram toda a terra,
até às três horas da tarde,
porque o sol se tinha eclipsado.
O véu do templo rasgou-se ao meio.
E Jesus exclamou com voz forte:
J «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
N Dito isto, expirou.
Vendo o que sucedera,
o centurião deu glória a Deus, dizendo:
R «Realmente este homem era justo».
N E toda a multidão que tinha assistido àquele espectáculo,
ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.
Todos os conhecidos de Jesus,
bem como as mulheres que O acompanhavam
desde a Galileia,
mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia,
que era pessoa recta e justa e esperava o reino de Deus.
Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado
com a decisão e o proceder dos outros.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
E depois de o ter descido da cruz,
envolveu-o num lençol
e depositou-o num sepulcro escavado na rocha,
onde ninguém ainda tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação
e começavam a aparecer as luzes do sábado.
Entretanto,
as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia
acompanharam José e observaram o sepulcro
e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus.
No regresso, prepararam aromas e perfumes.
E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.


Palavra da salvação.

domingo, 14 de março de 2010

Liturgia da Palavra V Domingo da Quaresma

LEITURA I Is 43, 16-21
«Vou realizar uma coisa nova: matarei a sede ao meu povo»

Leitura do Livro de Isaías
O Senhor abriu outrora caminhos através do mar,
veredas por entre as torrentes das águas.
Pôs em campanha carros e cavalos,
um exército de valentes guerreiros;
e todos caíram para não mais se levantarem,
extinguiram-se como um pavio que se apaga.
Eis o que diz o Senhor:
«Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados,
não presteis atenção às coisas antigas.
Olhai: vou realizar uma coisa nova,
que já começa a aparecer; não a vedes?
Vou abrir um caminho no deserto,
fazer brotar rios na terra árida.
Os animais selvagens __ chacais e avestruzes __
proclamarão a minha glória,
porque farei brotar água no deserto,
rios na terra árida,
para matar a sede ao meu povo escolhido,
o povo que formei para Mim
e que proclamará os meus louvores».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 125, 1-6
Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor.
Ou: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo.

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.

À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.


LEITURA II 2 Cor 5, 17-21
«Por Cristo, considerei todas as coisas como prejuízo,
configurando-me à sua morte»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos:
Considero todas as coisas como prejuízo,
comparando-as com o bem supremo,
que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor.
Por Ele renunciei a todas as coisas
e considerei tudo como lixo,
para ganhar a Cristo
e n’Ele me encontrar,
não com a minha justiça que vem da Lei,
mas com a que se recebe pela fé em Cristo,
a justiça que vem de Deus e se funda na fé.
Assim poderei conhecer Cristo,
o poder da sua ressurreição
e a participação nos seus sofrimentos,
configurando-me à sua morte,
para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos.
Não que eu tenha já chegado à meta,
ou já tenha atingido a perfeição.
Mas continuo a correr, para ver se a alcanço,
uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus.
Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido.
Só penso numa coisa:
esquecendo o que fica para trás,
lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta,
em vista do prémio a que Deus, lá do alto,
me chama em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Joel 2, 12-13
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da Eterna Glória
Convertei-vos a Mim de todo o coração,
diz o Senhor;
porque sou benigno e misericordioso. Refrão

EVANGELHO Jo 8, 1-11
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra»

@ Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo
e todo o povo se aproximou d’Ele.
Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus
uma mulher surpreendida em adultério,
colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres.
Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada
e terem pretexto para O acusar.
Mas Jesus inclinou-Se
e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O,
ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de entre vós estiver sem pecado
atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras,
foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos,
e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe:
«Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor».
Disse então Jesus:
«Nem Eu te condeno.
Vai e não tornes a pecar».
Palavra da salvação.

Liturgia da Palavra da Solenidade de São José Esposo da Virgem Santa Maria

"O Anjo do Senhor manifestou-se-lhe, em sonho, dizendo: José, filho de David, não temas receber Maria como tua Mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo." Mt 1,20
Hoje, comemoramos o grande patrono da Igreja Universal, São José. Ninguém ignora que São José, é o esposo de Nossa Senhora e pai adoptivo de Jesus. A Bíblia não fala muito dele. No entanto, o amor cristão faz de cada palavra do Evangelho de São Mateus um ensinamento novo para a vida. Vou mencionar apenas alguns factos que sempre recordamos:
A ordem dada a São José, de receber Maria como esposa. É o fim do Antigo Testamento e o começo do Novo.
Ele é o patriarca, o grande pai. A fuga para o Egipto e a volta lembram a história de todo o povo de Israel - o Êxodo. Portanto, São José é o amigo do povo, dos pobres, dos pequeninos, dos perseguidos e dos sofredores. Da Bíblia, recebeu ele o título maior que ela costuma dar a alguém: Justo. São José era um homem "justo". Tanto a Idade Média quanto os tempos modernos lembraram muito São José como modelo para o lar e, também, para o operário.
A simplicidade e a fidelidade fizeram de São José o protector escolhido para Maria e para o próprio Jesus, bem como para todos nós.




LEITURA I 2 Sam 7, 4-5a.12-14a.16
«O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David» (Lc 2, 32)

Leitura do Segundo Livro de Samuel
Naqueles dias,
o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David:
Assim fala o Senhor:
Quando chegares ao termo dos teus dias
e fores repousar com os teus pais,
estabelecerei em teu lugar um descendente que nascerá de ti
e consolidarei a tua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome
e Eu consolidarei para sempre o seu trono real.
Serei para ele um pai e Ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino
permanecerão diante de Mim eternamente
e o teu trono será firme para sempre».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 88, 2-5.27 e 29
Refrão: A sua descendência permanecerá eternamente.

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.

Ele Me invocará: «Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador».
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável.


LEITURA II Rom 4, 13.16-18.22
«Esperando contra toda a esperança»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Não foi por meio da Lei,
mas pela justiça da fé,
que se fez a Abraão ou à sua descendência
a promessa de que receberia o mundo como herança.
Portanto a herança vem pela fé,
para que seja dom gratuito de Deus
e a promessa seja válida para toda a descendência,
não só para a descendência segundo a Lei,
mas também para a descendência segundo a fé de Abraão.
Ele é o pai de todos nós, como está escrito:
«Fiz de ti o pai de muitos povos».
Ele é o nosso pai diante d’Aquele em quem acreditou,
o Deus que dá vida aos mortos
e chama à existência o que não existe.
Esperando contra toda a esperança,
Abraão acreditou,
tornando-se pai de muitos povos,
como lhe tinha sido dito:
«Assim será a tua descendência».
Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».
Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Salmo 83, 5
Refrão: Louvor e glória a Vós, Jesus Cristo Senhor
Felizes os que habitam na vossa casa, Senhor:
eles Vos louvarão pelos tempos sem fim. Refrão


EVANGELHO Mt 1, 16.18-21.24a
«José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Jacob gerou José, esposo de Maria,
da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo:
Maria, sua Mãe, noiva de José,
antes de terem vivido em comum,
encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo,
que era justo e não queria difamá-la,
resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado,
quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor,
que lhe disse:
«José, filho de David,
não temas receber Maria, tua esposa,
pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho
e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus,
porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Quando despertou do sono,
José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor.
Palavra da salvação.


Em vez do Evangelho precedente, pode ler-se o seguinte:

EVANGELHO Lc 2, 41-51a
«Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém,
pela festa da Páscoa.
Quando Ele fez doze anos,
subiram até lá, como era costume nessa festa.
Quando eles regressavam, passados os dias festivos,
o Menino Jesus ficou em Jerusalém,
sem que seus pais o soubessem.
Julgando que Ele vinha na caravana,
fizeram um dia de viagem
e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos.
Não O encontrando,
voltaram a Jerusalém, à sua procura.
Passados três dias,
encontraram-n’O no templo,
sentado no meio dos doutores,
a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas.
Todos aqueles que O ouviam
estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas.
Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados;
e sua Mãe disse-Lhe:
«Filho, porque procedeste assim connosco?
Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura».
Jesus respondeu-lhes:
«Porque Me procuráveis?
Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?».
Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse.
Jesus desceu então com eles para Nazaré
e era-lhes submisso.
Palavra da salvação.